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Objetos Aéreos Sem Identificação Sobrevoam a Dinamarca e Disparam Alarmes na Europa.

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    Infocusnews
  • há 2 dias
  • 6 min de leitura

Entre 22 e 28 de setembro, uma série de avistamentos não identificados fecha aeroportos, mobiliza a OTAN e levanta hipóteses de “ataque híbrido” contra o espaço aéreo europeu.


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(Imagem Ilustração Drone/Ovni/Créditos:GilAlves)


Nos últimos dias, uma onda de objetos voadores não identificados tem gerado perturbações no espaço aéreo da Dinamarca, com repercussões em outros países europeus.


Aeronaves foram desviadas, aeroportos foram fechados temporariamente e autoridades classificaram os episódios como “episódios híbridos”, em meio a incertezas sobre sua origem e intenções.


O fenômeno ganhou contornos de segurança nacional, estratégica militar e risco para a aviação civil.


Entre 22 e 28 de setembro de 2025, múltiplos sobrevoos de drones ou objetos não identificados foram registrados sobre aeroportos civis e bases militares dinamarquesas.


Na noite de 22 de setembro, o Aeroporto de Copenhagen foi fechado por cerca de quatro horas após a presença de dois ou três grandes drones no espaço controlado.


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No mesmo período, o Aeroporto de Oslo, na Noruega, também teve seu espaço aéreo interrompido devido a avistamentos semelhantes.


Nos dias subsequentes, aeroportos menores, como Aalborg, Esbjerg e Sønderborg, foram afetados, assim como a base aérea de Skrydstrup, que abriga caças F-16 e F-35 da Força Aérea Dinamarquesa.


Na madrugada de 27 de setembro, novos relatos surgiram de drones sobre instalações militares, com mobilização de capacidades de defesa.


Em ampliação, há indicações de que objetos não identificados tenham sido detectados também no espaço aéreo da Lituânia e Finlândia no mesmo período.


Mesmo diante da frequência e gravidade dos eventos, até o momento nenhum responsável foi identificado publicamente.


Falas contundentes: risco real e hesitação institucional.

À frente das operações de defesa aérea dinamarquesa, o major Karsten Marrup, chefe de Operações Aéreas da Academia de Defesa da Dinamarca, alertou para um cenário ainda mais grave:

“Há um risco de que não sejam drones.”

Marrup enfatiza que, embora nos dias atuais seja tentador atribuir qualquer objeto voador não reconhecido à tecnologia de drones, algo com que a sociedade já lida, isso não significa que todos os casos possam ser reduzidos a essa classificação. Ele recorda que, em décadas passadas, avistamentos sem evidências sólidas eram tratados com mais ceticismo, enquanto hoje há uma tendência maior de aceitar relatos de voo como sendo de drones.

Desde o mundo militar, uma voz reservada do setor de investigações admitiu a complexidade da missão: “Talvez leve muito tempo”, disse, ao reconhecer que a origem e a natureza desses objetos permanecem envoltas em mistério.

A escalada do fenômeno provocou respostas rápidas das autoridades dinamarquesas:


Banimento temporário de drones civis: O governo impôs uma proibição nacional ao uso de drones civis entre segunda e sexta-feira, visando evitar que aeronaves convivam com potenciais drones hostis e que haja confusão ou risco para a segurança aérea.


Violações podem gerar multa ou até dois anos de prisão.


Apoio da OTAN e reforço naval: Em resposta, a organização mobilizou o navio de defesa aérea alemão FGS Hamburg para reforçar a vigilância sobre o Mar Báltico e o espaço aéreo dinamarquês.


Assista o vídeo no canal O POVO no Youtube:


Capacidades de detecção aprimoradas: Tecnologias de detecção de drones (radar, sensores de vigilância, meios anti-UAS) e patrulhamento intensificado estão em operação para identificar e neutralizar ameaças em potencial.


Cooperação regional: A Suécia já ofereceu suporte militar anti-drone à Dinamarca, enquanto medidas semelhantes foram adotadas em países vizinhos.


O governo classificou os incidentes como um “ataque híbrido sistemático”, sugerindo que atores competentes e bem equipados estariam operando deliberadamente para testar defensas e gerar instabilidade.


Ainda que nenhuma autoridade acuse oficialmente algum país ou grupo, a primeira-ministra Mette Frederiksen mencionou a hipótese russa, classificando a Rússia como “principal ameaça à segurança europeia”. Os russos negaram envolvimento.


Por que esses eventos são mais complexos do que “drones”

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(Imagem Ilustração/Créditos:Pixabay/DJI-Agras)


Embora muitos observem drones como explicação mais simples aos relatos, autoridades militares, como o major Marrup alertam que pode haver objetos com capacidades além da tecnologia padrão de drones civis. Alguns dos fatores que elevam a complexidade:


Perfis de voo sofisticados: Alguns avistamentos envolvem trajetória, velocidade, altitude e manobras inesperadas, incompatíveis com drones comerciais comuns.


Operadores habilidosos: Há indícios de que os objetos são operados por entidades com treino e planejamento, não amadores ocasionais.


Possibilidade de lançamentos marítimos: Uma hipótese sob investigação é que drones ou veículos estejam sendo lançados de navios no mar, fora do território soberano, dificultando rastreio imediato.


Intenção estratégica: Repetição, abrangência e precisão dos eventos sugerem que não se tratam de incidentes isolados, e sim de testes deliberados de vulnerabilidades aéreas.


Dessa forma, embora “drone” seja o termo mais citado, há uma possibilidade real de que alguns objetos não sejam precisamente drones no sentido convencional. A expressão usada por Marrup, “risco de que não sejam drones”, reflete essa incerteza explícita.


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Riscos e implicações para a aviação e segurança europeia.

Os impactos práticos desses sobrevoos são múltiplos:


Interrupções aeroportuárias: Fechamentos temporários de aeródromos causam atrasos, desvios e insegurança operacional.


Risco às aeronaves civis: Objetos não identificados em áreas controladas podem colidir com aviões ou gerar necessidade de manobras de emergência.


Pressão sobre infraestrutura crítica: Ao mirar aeroportos e bases militares, os infratores têm como alvo pontos sensíveis da segurança nacional.


Guerra de atrito e provocação: A metodologia remete ao conceito de “guerra híbrida” — tensão sustentada, provocação e uso encoberto para testar respostas.


Necessidade de novas legislações: O episódio acelera discussões sobre leis que permitam a neutralização ou derrubada de drones hostis, responsabilização internacional e cooperação militar ampliada.


As autoridades reconhecem que as defesas atuais (radar, vigilância, patrulhas) podem não ser suficientes contra tecnologias emergentes. Por isso, existe um esforço para modernizar sistemas e adotar contramedidas mais eficazes.

Os incidentes na Dinamarca não ocorrem isoladamente. Países como Noruega, Suécia, França e Alemanha têm reportado avistamentos semelhantes.


Em Paris, aeroportos como Roissy-Charles-de-Gaulle já utilizam sistemas avançados de detecção de drones há alguns anos, combinando radar, óptico e inteligência artificial, para diferenciar objetos.


NATO intensificou o alerta no Mar Báltico, ampliou os esforços da missão “Baltic Sentry” e reforçou os laços de defesa com países da região.


A promessa de uma “muralha de drones” europeia — sistema integrado de defesa aérea contra ataques não convencionais — passou a ser discutida como parte da agenda continental de segurança.

Esse contexto reforça a noção de que os objetos sobre a Dinamarca podem estar inseridos em uma estratégia mais ampla, envolvendo tecnologias emergentes, rivalidades geopolíticas e testes de limiares defensivos.


O que sabemos até agora, e o que permanece incerto.


Várias incursões aéreas misteriosas foram registradas entre 22 e 28 de setembro em aeroportos civis e bases militares na Dinamarca.


O incidente mais destacado provocou o fechamento do aeroporto de Copenhagen por cerca de quatro horas.


Autoridades responderam com proibição temporária de drones civis, reforço de patrulhas e ativação de cooperação internacional.


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A OTAN mobilizou recursos, incluindo o navio FGS Hamburg, para fortalecer a vigilância no Mar Báltico e auxiliar a Dinamarca.


As autoridades classificam os episódios como possíveis “ataques híbridos”, e falam abertamente do risco de que os objetos não sejam drones convencionais.


O que ainda não se sabe:


Quem são os responsáveis pelos sobrevoos.


Qual a tecnologia exata usada (se são drones, veículos aéreos inovadores ou outra classe de objeto).


Se os objetos são controlados por terra, por mar, por satélite ou de forma autônoma.


Quais são os objetivos estratégicos exatos (intimidação, testes, coleta de informações, provocação).


Até que ponto os sistemas de defesa atuais são eficazes contra esse tipo de ameaça.

As palavras do major Marrup e do militar anônimo envolvido nas investigações colocam em xeque suposições simplistas: nem tudo é um “drone de hobby”.

O tempo e os dados que emergirem desses episódios serão determinantes para interpretar esse fenômeno.


Os avistamentos sobre a Dinamarca e países vizinhos trazem à tona uma nova era dos conflitos aéreos: um confronto onde a invisibilidade, a sutileza e o uso de drones e objetos não convencionais podem ganhar protagonismo.


As autoridades tratam os episódios como provas vivas de que não basta mais controlar o céu, é preciso antecipar e desvendar o que voa além do esperado.


Embora ainda faltem respostas decisivas, as medidas emergenciais adotadas do banimento de drones civis à cooperação internacional, já indicam que os governos estão levando a ameaça a sério.


A vigilância será intensificada, os sistemas de defesa devem evoluir e uma frente europeia de inteligência e interceptação deve se consolidar.


Em meio à neblina informativa e ao risco latente, resta às autoridades revelar — com transparência, que poderes operam esses objetos, quais suas intenções e até quando a Europa permanecerá vulnerável a sobrevoos “invisíveis”.


Referência da matéria e suas respectivas Fontes:  Reuters. Financial Times, Le Monde.fr



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