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Ceres: A Fonte Secreta de Energia que Pode Ter Sustentado um Mundo Vivo no Passado.

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    Infocusnews
  • 23 de ago.
  • 2 min de leitura

A missão Dawn também detectou moléculas de carbono na superfície, compostos essenciais, embora por si só insuficientes, para a vida microbiana.


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(Imagem Reprodução/Credit: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA)


Uma pesquisa recente da NASA, publicada em 20 de agosto de 2025 na revista Science Advances, revela que o planeta anão Ceres, hoje um mundo gelado e inóspito, pode ter abrigado, em sua juventude, uma fonte duradoura de energia química capaz de sustentar formas de vida unicelulares.


Embora ainda sem evidência direta de organismos, os indícios sugerem que Ceres pode ter oferecido o que a vida mais essencialmente precisa: água, carbono e energia news.asu.eduNASA.


A Tríade Essencial da Habitabilidade


Água líquida salina – Dados da missão Dawn (2015–2018) mostraram regiões brilhantes e salinas na superfície de Ceres, formadas por salmouras que emergiram do subsolo.


Em 2020, análises posteriores identificaram um imenso reservatório de salmoura subterrânea como a origem dessas emergências.


Matéria orgânica – A missão Dawn também detectou moléculas de carbono na superfície, compostos essenciais, embora por si só insuficientes, para a vida microbiana news.asu.eduEarth.com.



Energia química duradoura – O novo estudo completa essa tríade ao propor que Ceres possuía, há entre 2,5 e 4 bilhões de anos, calor interno suficiente (proveniente da decomposição de elementos radioativos em seu núcleo rochoso) para gerar fluxos hidrotermais de água quente carregada de gases dissolvidos, um verdadeiro “banquete químico” para microrganismos, similar às fontes hidrotermais terrestres.


Sam Courville, autor principal e pesquisador da Arizona State University (com estágio no JPL da NASA), afirma:

"Na Terra, quando água quente do subsolo profundo se mistura com o oceano, costuma ser um banquete para micróbios — um banquete de energia química."

Ceres Hoje: Um Mundo Congelado e Estéril

Atualmente, Ceres é um corpo frio e geologicamente inativo. Seu calor interno diminuiu, resultando na maioria da água transformada em salmoura concentrada e congelada — um ambiente improvável de sustentar vida hoje.


Ao contrário das luas Europa ou Encélado, Ceres não é aquecido por interação gravitacional com um planeta vizinho, o que teria mantido sua atividade geológica até agora.


Sua janela de habitabilidade, portanto, pertence ao passado — entre 0,5 e 2 bilhões de anos após sua formação, ou seja, cerca de 2,5 a 4 bilhões de anos atrás.



Reflexo Além do Cinturão de Asteroides

Os achados sobre Ceres também têm implicações para outros corpos ricos em água, de tamanho semelhante, sem aquecimento gravitacional, no Sistema Solar exterior.


Esses mundos pequenos podem ter passado por fases habitáveis agora congeladas, semelhantes ao que pode ter ocorrido em Ceres.



Por que Ceres Importa na Busca por Vida?

  • Abundância de água, carbono e energia: A coincidência dos três ingredientes chave no passado de Ceres o torna um candidato sólido, ainda que remoto, para avaliação de habitabilidade microbiana.


  • Modelo para mundos gelados e pequenos: Demonstra que até objetos considerados “menores” podem ter profundamente dinâmicos e capazes de suportar vida em eras passadas.


Embora hoje Ceres seja uma paisagem inóspita fria e silenciosa, o novo estudo indica que, no passado distante, houve condições adequadas para a vida: um reservatório de água salina, compostos orgânicos e uma fonte prolongada de energia química.


Essa constatação amplia nossa compreensão dos potenciais lares microbianos no Sistema Solar, ajudando a direcionar futuras missões e pesquisas astrobiológicas.


Fonte: Jpl.Nasa



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