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Eclipse Lunar Total e a “Lua de Sangue”: Saturno será o companheiro especial no céu noturno.

  • Foto do escritor: Infocusnews
    Infocusnews
  • 3 de set.
  • 5 min de leitura

O fenômeno conhecido como “Lua de Sangue” ocorre quando a Terra se posiciona exatamente entre o Sol e a Lua, projetando sua sombra sobre o satélite natural.


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(Imagem Ilustração/Créditos:GilAlves)


Um dos fenômenos astronômicos mais aguardados do ano está prestes a acontecer: o eclipse lunar total, conhecido popularmente como “Lua de Sangue”.


Além do espetáculo natural em que a Lua adquire uma tonalidade avermelhada, o evento terá um charme adicional — Saturno, o majestoso planeta dos anéis, estará visível próximo ao astro, iluminando a noite com sua característica coloração amarelada.


O eclipse ocorre no domingo (7) — ou na madrugada de segunda-feira (8), dependendo do fuso horário. Com duração total de 3 horas, 29 minutos e 24 segundos, sendo cerca de 1h20 em totalidade, o fenômeno poderá ser visto de diferentes partes do planeta.


Onde o eclipse será visível

De acordo com o site TimeAndDate, a observação completa, incluindo a fase da “Lua de Sangue”, será possível para observadores localizados em:


  • Grande parte da Ásia;

  • Região oriental da África;

  • Oeste da Austrália.


Nessas localidades, será possível acompanhar todas as fases do eclipse, desde a penumbra até a totalidade.


Já em áreas da Europa, no restante da África e em parte da Austrália, os espectadores verão apenas parte da parcialidade ou da totalidade.



E no Brasil?

Infelizmente, o território brasileiro ficará praticamente de fora do espetáculo. Como o evento acontece entre 13h27 e 16h56 pelo horário de Brasília, em plena luz do dia, a observação é inviável para quase todo o país.


Apenas um pequeno trecho do Nordeste teria condições de acompanhar discretamente a fase penumbral, mas, por ocorrer em horário de céu claro, o escurecimento sutil da Lua não poderá ser percebido a olho nu.


A presença de Saturno ao lado da Lua

Enquanto a Lua mergulha na sombra da Terra e se transforma em uma esfera avermelhada, Saturno será visto como uma “estrela” amarelada próxima ao astro.


Mas, ao contrário das estrelas que brilham por sua própria fusão nuclear, Saturno apenas reflete a luz solar, o que lhe confere sua aparência brilhante e suave.


Esse encontro celeste ocorre porque os dois astros vão compartilhar a mesma ascensão reta (uma das coordenadas do sistema celeste que pode ser comparada à longitude terrestre) às 17h20 de segunda-feira (8).


Esse fenômeno é chamado de conjunção, quando dois objetos parecem estar próximos no céu a partir da perspectiva terrestre.


Apesar de a conjunção exata acontecer após o fim do eclipse, já na noite anterior eles estarão suficientemente próximos para embelezar o cenário astronômico.



Como observar no Brasil

Mesmo sem a possibilidade de acompanhar a “Lua de Sangue”, os brasileiros terão a chance de contemplar o par celeste formado pela Lua e por Saturno.


Segundo o guia de observação astronômica InTheSky.org, em São Paulo, por exemplo:


  • O par surge no horizonte leste por volta das 19h36;

  • Atinge seu ponto mais alto às 00h52, chegando a 69° acima do horizonte na direção norte;

  • Desaparece ao amanhecer, por volta das 5h35, ainda a 18° acima do horizonte oeste.


A olho nu, Saturno será identificado como um ponto fixo de brilho amarelado, ao lado da Lua. Com o auxílio de binóculos, a visão será ainda mais interessante, mas, para observar os famosos anéis, será necessário um telescópio de médio porte.


Brilho e magnitudes: comparando a Lua e Saturno

Na noite da conjunção, a Lua estará com magnitude aparente de -12,7, enquanto Saturno terá magnitude 0,6.


Esse número pode causar certa confusão, mas a escala é inversa: quanto menor (ou mais negativo) o valor da magnitude, maior é o brilho aparente do objeto no céu.


  • O Sol, por exemplo, é o mais brilhante de todos e tem magnitude -27;

  • A Lua Cheia costuma variar entre -12 e -13;

  • Planetas como Saturno e Júpiter variam entre magnitude -2 e +2, dependendo da distância e do posicionamento orbital.


Assim, mesmo não sendo tão brilhante quanto Vênus ou Júpiter, Saturno terá destaque suficiente para ser identificado próximo da Lua.



Por que a Lua fica vermelha durante o eclipse?


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(Imagem Ilustração/Créditos:GilAlves)


O fenômeno conhecido como “Lua de Sangue” ocorre quando a Terra se posiciona exatamente entre o Sol e a Lua, projetando sua sombra sobre o satélite natural.


Durante a fase de totalidade, a Lua não fica completamente escura. Em vez disso, adquire um tom avermelhado. Isso acontece devido ao efeito da refração atmosférica:


  • A luz solar atravessa a atmosfera da Terra, que funciona como um filtro;

  • As ondas de luz azul e verde são espalhadas pelas partículas da atmosfera;

  • As ondas vermelhas, mais longas, atravessam com mais facilidade e são projetadas sobre a Lua.


Esse mesmo efeito é o responsável pelos tons alaranjados do pôr do sol. Assim, quando olhamos para a “Lua de Sangue”, estamos vendo a luz de todos os pores do sol da Terra refletida em nosso satélite.


Saturno: o senhor dos anéis

A participação de Saturno nesse espetáculo chama a atenção não apenas por sua posição no céu, mas também por sua relevância astronômica.


  • Saturno é o sexto planeta do Sistema Solar, situado a cerca de 1,4 bilhão de quilômetros da Terra.


  • É o segundo maior planeta do nosso sistema, ficando atrás apenas de Júpiter.


  • Seu maior atrativo são os anéis formados por gelo, poeira e rochas, que se estendem por centenas de milhares de quilômetros.



Embora seus anéis só sejam visíveis com o auxílio de telescópios, mesmo sua simples presença ao lado da Lua já é motivo para observadores dedicarem alguns minutos a contemplar o céu.



Dicas para observar o fenômeno

Mesmo que o Brasil não possa acompanhar a “Lua de Sangue”, a conjunção entre Lua e Saturno pode ser aproveitada. Veja algumas dicas:


  1. Procure locais com pouca poluição luminosa – parques, praças ou áreas afastadas da cidade garantem uma visão mais nítida.

  2. Atenção ao horário – os melhores momentos são no início da noite, quando a Lua aparece no horizonte, e na madrugada, quando atinge seu ponto mais alto.

  3. Use binóculos – mesmo sem telescópio, um bom par de binóculos já proporciona uma visão mais detalhada da Lua e ajuda a destacar Saturno.

  4. Telescópios amadores – para quem possui um, é possível até mesmo enxergar os anéis de Saturno.

  5. Fotografia – câmeras DSLR ou até mesmo celulares modernos com modo noturno podem registrar o encontro, especialmente se apoiados em tripés.


Eclipses lunares são sempre marcantes, mas quando acompanhados por outros astros visíveis a olho nu, tornam-se ainda mais especiais.


A proximidade de Saturno à Lua durante esse evento cria uma oportunidade única de observação, tanto para astrônomos profissionais quanto para curiosos e entusiastas do céu noturno.


Mesmo que o Brasil não tenha a chance de presenciar a “Lua de Sangue”, a conjunção visível ao entardecer e durante toda a noite é um espetáculo acessível e gratuito. Basta olhar para cima.




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