Inédito entre as estrelas: cianeto e níquel em 3I/ATLAS sugerem origem singular ou potencial artificial.
- Infocusnews

- 27 de ago.
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A presença de níquel sem ferro, especialmente em forma gasosa, é inédita para corpos naturais,levando a hipóteses sobre processos naturais inéditos ou mesmo uma origem artificial.

(Imagem Reprodução/Créditos:NASA, ESA,David Jewitt (UCLA):Image Processing:Joseph DePasquale (STScI))
Astrônomos estão mergulhados em uma descoberta sem precedentes envolvendo o objeto interestelar 3I/ATLAS (C/2025 N1).
Observações espectroscópicas realizadas com o Very Large Telescope (VLT), no Chile,utilizando os instrumentos X-SHOOTER e UVES, revelaram a presença de vapor de níquel (Ni I) e cianeto (CN) em sua coma.
O que realmente choca a comunidade científica é que o níquel aparece em emissão, enquanto nenhum sinal de ferro (Fe I) foi detectado.
Detalhes das observações
X-SHOOTER (VLT): Capturou espectros abrangentes do ultraviolet ao infravermelho entre 4,4 e 2,85 UA do Sol.
Embora não tenha detectado emissões de [O I], C₂, C₃ ou NH₂, o instrumento registrou um aumento dramático nas emissões de Ni I e CN conforme o cometa se aproximava do Sol.
A produção estimada em 21 de agosto de 2025 foi de log Q(Ni) ≈ 22.67 e log Q(CN) ≈ 23.61 moléculas/s arXiv.
UVES (VLT): Confirmou as linhas de níquel, reforçando a ausência de ferro nas emissões gasosas arXiv.
Esse comportamento é incomum. Na natureza, o níquel quase sempre aparece junto ao ferro, em proporções que variam de 20:1 até raramente 1:1.
A presença de níquel sem ferro, especialmente em forma gasosa, é inédita para corpos naturais—levando a hipóteses sobre processos naturais inéditos ou mesmo uma origem artificial.
Hipóteses em debate
Processos naturais ainda desconhecidos:Segundo os pesquisadores de Rahatgaonkar et al., o níquel pode estar sendo liberado por desordem química ou física, como “dessorção fotoestimulada”, termólise suave de compostos organometálicos ou nanopartículas ricas em Ni, possivelmente até com complexos de Ni-carbonila.
Essas interpretações não exigem ferro, o que indicaria um caminho natural, embora radicalmente novo, para o comportamento espectral observado.
Origem artificial (mais especulativa): A ausência de ferro e a predominância de níquel, metal valorizado por sua resistência térmica e propriedades eletromagnéticas, levantam especulações, ainda que altamente controversas, sobre 3I/ATLAS ser uma sonda ou nave espacial alienígena.
Tal ideia encontra respaldo apenas pela raridade do cenário detectado; não há evidência direta que suporte tecnologia alienígena, mas o caso é incomum o suficiente para que tal hipótese circule em discussões públicas.
Contexto geral de 3I/ATLAS
É o terceiro objeto interestelar confirmado (após 1I/ʻOumuamua e 2I/Borisov).
Foi descoberto em 1º de julho de 2025 pelo ATLAS, no Chile; sua órbita hiperbólica confirma origem fora do Sistema Solar.
O JWST observa uma coma dominada por CO₂, com proporção CO₂/H₂O de ~8, uma das mais altas já registradas em cometas, além de presença de H₂O, CO e OCS.
Observações da sonda Swift detectaram emissão de OH, evidência de água, com taxa de produção significativa, mesmo além de 3 UA.
Por que isso importa?
As características de 3I/ATLAS são fascinantes por sua originalidade. O elemento níquel sem ferro, se for explicado por meios naturais, sugere mecânicas físicas ou químicas ainda desconhecidas em cometas ou corpos interestelares.
Assista o vídeo no canal, Galeria do Meteorito no YouTube:
Caso contrário, acende o debate sobre a possibilidade — ainda que remota — de tecnologia alienígena.
Enquanto isso, as observações científicas continuarão conforme o objeto se aproxima de seu periélio em 29 de outubro de 2025, quando estará a cerca de 1,36 UA do Sol.
Futuras análises, especialmente com JWST, VLT e outros telescópios, poderão confirmar ou refutar as hipóteses atuais.
Resumo dos pontos-chave:
Detecção inédita de níquel gasoso sem ferro em 3I/ATLAS.
Emissões de Ni I e CN aumentam com a aproximação ao Sol.
Possível origem natural inédita ou especulação de origem artificial.
Outros compostos conhecidos: CO₂ dominando a coma, água detectada via OH.
Observações em curso para desvendar o que esse visitante interestelar realmente é.
Referência da matéria: Galeria do meteorito
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