“Lobos terríveis” ressuscitados após mais de 10. 000 anos de extinção.
- Infocusnews

- 9 de abr.
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Este feito reacende o debate sobre prioridades na conservação biológica, dividindo opiniões!

(Imagem ilustrativa/Créditos: Gilalves)
Em abril de 2025, a Colossal Biosciences, startup de biotecnologia sediada no Texas, divulgou o nascimento dos primeiros “lobos terríveis” (Aenocyon dirus) ressuscitados após mais de 10 000 anos de extinção.
Segundo a empresa, trata‑se do primeiro caso bem‑sucedido de desextinção de um mamífero pré‑histórico por meio de edição genética e clonagem.
Batizados de Rômulo, Remo (nascidos em 1º de outubro de 2024) e Khaleesi (nascida em janeiro de 2025), os três filhotes foram gerados em um local secreto nos EUA, sob rigoroso monitoramento. Todos nasceram por cesariana em cadelas‑mães, procedimento adotado para minimizar riscos devido ao grande porte dos embriões.
Para recriar o genoma do lobo terrível, cientistas extraíram DNA antigo de um dente de 13 000 anos, encontrado em Sheridan Pit, Ohio, e de um osso de 72 000 anos, coletado em Idaho. A partir desses fragmentos, realizaram-se análises filogenéticas para preencher lacunas do genoma e identificar as diferenças cruciais em relação ao lobo‑cinzento.
Em seguida, foram feitas 20 edições em 14 genes-chave — responsáveis por características como pelagem mais espessa, coloração clara e mandíbulas mais robustas — utilizando a tecnologia CRISPR/Cas9 em células de lobo‑cinzento vivo.
As células geneticamente modificadas foram transformadas em embriões e implantadas em cadelas domésticas. Após 62 dias de gestação, ocorreram três nascimentos via cesariana. Atualmente, os filhotes vivem em uma reserva de 2 000 acres, onde pesam cerca de 36 kg e devem atingir 64 kg na fase adulta, recebendo cuidados 24 h por dia.
Investimentos e objetivos de conservação
A Colossal arrecadou US$ 400 milhões na última rodada de investimentos e está avaliada em US$ 10,2 bilhões, segundo fontes de mercado. O CEO Ben Lamm afirma que a tecnologia de desextinção servirá também para fortalecer a conservação de espécies ameaçadas, como o lobo‑vermelho (Canis rufus), e projeta trazer de volta o mamute‑lanoso e o tilacino até 2028.
Críticas científicas e dilemas éticos
Pesquisadores independentes ressaltam que os animais criados não são lobos terríveis genuínos, mas sim lobos‑cinzentos com um pequeno número de alterações genéticas — cerca de 0,5% do genoma total, segundo Colossal, o que, para muitos, não configura verdadeira desextinção.
Além disso, críticos apontam riscos ao bem‑estar animal devido a procedimentos invasivos em cadelas‑mães, possíveis problemas de saúde nos filhotes clonados e a ausência de publicação em revista científica revisada por pares.
A empresa planeja gerar mais cinco exemplares para formar um bando funcional e avalia, em parceria com comunidades indígenas, a reintrodução dos lobos terríveis em áreas naturais. Paralelamente, já foram clonados quatro lobos‑vermelhos para ampliar a variabilidade genética dessa espécie criticamente ameaçada.
O feito reacende o debate sobre prioridades na conservação: destinar recursos à desextinção de espécies extintas ou concentrar esforços na preservação de animais ainda existentes e seus habitats.
A ressuscitação dos lobos terríveis representa um marco tecnológico sem precedentes, mas também coloca em evidência questões éticas, ecológicas e científicas sobre o papel da biotecnologia na restauração da biodiversidade. O desafio agora é equilibrar o fascínio pela inovação com o compromisso de proteger o patrimônio vivo que ainda temos.
Referência da matéria: Independent




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