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Antártida em Alerta: Mudanças Abruptas Ameaçam o Planeta.

  • 23 de ago.
  • 3 min de leitura

Um estudo recente publicado na Nature ressalta que o gelo marinho da Antártida está em retração rápida


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(Imagem Ilustração/Créditos:Pixabay)


A Antártida, antes tida como um bastião estável e distante, vive agora um momento crítico: o derretimento acelerado do gelo marinho e das camadas de gelo terrestres, a desaceleração de correntes oceânicas fundamentais e a deterioração dos ecossistemas locais sinalizam alterações abruptas que podem atingir todo o planeta.


Quedas Históricas no Gelo Antártico

Um estudo recente publicado na Nature ressalta que o gelo marinho da Antártida está em retração rápida, fora da variabilidade natural observada nos últimos séculos, e o ritmo supera em certo momento, até o declínio observado no Ártico.


Desde 2014, o colapso no gelo marinho desacelerou o que antes era uma expansão relativa, iniciando um ciclo de feedback negativo: menos gelo significa maior absorção de calor, acelerando o processo de degelo.


O fenômeno continua: em 2023, o gelo marinho alcançou níveis recordes de baixa, cerca de 1,55 milhão de km² abaixo do esperado — e, desde 2022, registra quatro anos seguidos de extensão mínima abaixo de 2 milhões de km².



Corrente Circulatória e Salinidade em Alerta

Paralelamente, foi identificado um aumento inesperado na salinidade das águas antárticas desde 2015, associado à redução do gelo marinho.


Esse desequilíbrio inviabiliza a estratificação natural da água, permitindo que águas profundas e mais quentes atinjam a superfície, acelerando ainda mais o degelo.


Outro fator grave é o enfraquecimento da Circulação de Revolvimento Antártica (southern overturning).


Menos salinidade e menos formação de águas densas prejudicam essa corrente essencial para distribuir calor, nutrientes e oxigênio, impactando ecossistemas globais.


Perda de Massa de Gelo e o Risco de Pontos de Inflexão

As camadas de gelo terrestres, especialmente da Antártida Ocidental, estão derretendo em taxas alarmantes, até seis vezes mais rápido que nas décadas anteriores.


A destruição das plataformas de gelo, que sustentam os glaciares, acelera deslizamentos massivos de gelo para o oceano.


O West Antarctic Ice Sheet (WAIS), se colapsar, representa uma elevação do nível global do mar superior a 3 m, com reflexos devastadores para centenas de milhões de pessoas em áreas costeiras.


Estudos como o IMBIE indicam que entre 1992 e 2017, a Antártida perdeu em média 219 bilhões de toneladas de gelo por ano, quase três vezes mais que nas décadas anteriores.


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(Imagem Ilustração/Créditos:Pixabay)


Isso mostra que estamos nos aproximando de pontos de inflexão climáticos, onde mudanças abruptas se tornam auto-perpetuantes e praticamente irreversíveis em escalas humanas Governo da AntártidaThe Guardian.


Ecossistemas em Colapso

A fauna depende diretamente do gelo marinho, é o caso do pinguim-imperador, cuja reprodução está falhando em várias regiões devido à ruptura precoce do gelo.


Além disso, perdas no fitoplâncton prejudicam a capacidade dos oceanos de sequestrar carbono, impactando o clima global.



O aquecimento acelerado do Oceano Austral e a redução do gelo marinho abrem espaço para a invasão de espécies exóticas e ameaçam a biodiversidade única da região.


Um Chamado à Ação

Apesar de recentes estudos indicarem que algumas áreas de gelo antártico tiveram ganhos temporários entre 2021 e 2023, a tendência geral continua sendo de perda, e esses recuperações não contradizem os riscos em longo prazo.


Especialistas ressaltam que a redução das emissões de CO₂ para manter o aquecimento abaixo de 1,5 °C é vital, mas mesmo uma estabilização do clima pode não impedir a continuidade de algumas dessas mudanças por séculos.


É urgente agir com políticas climáticas eficazes, proteção de ecossistemas, ampliação de áreas restritas e investimento em pesquisa do Oceano Austral para prever e mitigar essas transformações perigosas.


A Matéria original foi divulgado pelo Theconversation



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