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Espanha enfrenta a onda de calor mais severa da história.

  • Foto do escritor: Infocusnews
    Infocusnews
  • 25 de ago.
  • 4 min de leitura

Enquanto o Brasil enfrentava quedas bruscas de temperatura nos últimos meses, o cenário europeu caminhava para o oposto.


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(Imagem:ilustração/Créditos Pixabay/geralt)


A Europa atravessa um dos verões mais extremos já registrados e a Espanha está no centro dessa crise. De acordo com a Agência Meteorológica do país (AEMET), o período entre 3 e 18 de agosto de 2025 foi classificado como a onda de calor mais intensa desde 1950, quando começaram os registros oficiais.


Enquanto o Brasil enfrentava quedas bruscas de temperatura nos últimos meses, o cenário europeu caminhava para o oposto: temperaturas até 4,6°C acima da média histórica, com sensação térmica próxima aos 40°C em algumas regiões espanholas.


O fenômeno deixou marcas devastadoras na saúde pública, no meio ambiente e na economia, reacendendo o debate sobre a urgência de políticas globais para conter os efeitos da crise climática.


Mortes em consequência do calor extremo

Segundo estimativa do Instituto de Saúde Carlos III, mais de 1.100 pessoas perderam a vida em decorrência das temperaturas extremas nos últimos meses.


Especialistas apontam que idosos, crianças e pessoas com doenças respiratórias ou cardiovasculares foram os mais afetados.


Autoridades espanholas reforçam a importância de medidas de proteção individual, como hidratação, redução de exposição ao sol em horários críticos e cuidados especiais com populações vulneráveis.



Incêndios florestais devastam o país

O impacto ambiental também é alarmante. A onda de calor contribuiu para o avanço de incêndios florestais que já destruíram mais de 350 mil hectares apenas nas regiões Norte e Oeste da Espanha.


Esse número equivale a cerca de 490 mil campos de futebol devastados pelas chamas, segundo dados oficiais. Além da perda de biodiversidade, milhares de famílias foram forçadas a deixar suas casas, e diversas cidades sofreram danos estruturais.


O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, classificou a situação como uma tragédia nacional e destacou que a reconstrução pode levar meses ou até anos.


Apoio europeu e medidas emergenciais

Diante do agravamento da crise, no dia 11 de agosto, Sánchez acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, que permite que países da União Europeia enviem recursos, equipamentos e brigadas de combate a incêndios para regiões em situação de emergência.


O governo também anunciou a criação de um grupo interministerial para coordenar ações de prevenção, assistência e reconstrução. Sánchez reforçou que o país precisa adotar medidas estruturais de longo prazo para lidar com as mudanças climáticas, defendendo um pacto climático entre as nações.


“A emergência climática avança de forma cada vez mais acelerada e os efeitos são cada vez mais graves. É preciso redimensionar e redefinir todos os aspectos relacionados à mitigação e adaptação às alterações climáticas, transformando políticas de emergência em políticas de Estado”, declarou o líder espanhol.

Portugal também em alerta máximo

O vizinho Portugal enfrenta um cenário semelhante. Mais de 70 municípios portugueses foram colocados em risco máximo de incêndio no domingo, 24 de agosto.


As autoridades alertam que as temperaturas devem permanecer acima dos 36°C nos próximos dias, elevando ainda mais o perigo de novos focos de fogo.


Esse padrão climático reforça a tendência de extremos simultâneos na Península Ibérica, que, segundo climatologistas, está entre as regiões mais vulneráveis ao aquecimento global no continente europeu.



O peso da ciência: tendência de calor cada vez mais intenso

Os dados da AEMET corroboram a urgência do discurso governamental. Desde 1961, a temperatura média da Espanha aumentou 1,69°C. Além disso, quatro das cinco ondas de calor mais intensas da história do país ocorreram a partir de 2019, o que não é considerado coincidência, mas consequência direta das mudanças climáticas globais.

“Que quatro das cinco ondas de calor mais intensas tenham ocorrido desde 2019 não é coincidência. Nem todo verão será sempre mais quente que o anterior, mas a tendência de verões mais extremos é evidente. É essencial que haja adaptação e mitigação das mudanças climáticas“, alertou a agência espanhola.

Agosto de 2025, segundo projeções, será o mais quente já registrado no país, um marco que preocupa cientistas, ambientalistas e gestores públicos.


Desafios para o futuro

A onda de calor de 2025 na Espanha não é apenas um episódio climático, mas um alerta global.


Especialistas destacam que os impactos vão além das perdas humanas e ambientais, alcançando também a economia, o turismo e a agricultura, setores que dependem diretamente da estabilidade climática.


Enquanto incêndios consomem florestas e pastagens, agricultores enfrentam queda na produção e pecuaristas relatam prejuízos significativos. O governo já sinaliza a necessidade de programas de apoio financeiro para as comunidades mais afetadas.


O que ocorre na Espanha é reflexo de um fenômeno muito maior: a intensificação das mudanças climáticas em escala global.


O país ibérico se tornou, mais uma vez, símbolo da urgência de ações internacionais conjuntas para reduzir emissões de gases de efeito estufa, ampliar a resiliência das cidades e proteger a vida humana.


O verão de 2025 entra para a história como um dos mais quentes da Europa e reforça uma dura realidade: eventos extremos não são exceção, mas tendência.


Referência da Matéria: TheGuardian




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