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Asteroide 2024 YR4 Probabilidade de 3,8% de Impacto na Lua em 2032 e Desafios para a Defesa Planetária.

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    Infocusnews
  • 15 de abr.
  • 3 min de leitura

O possível evento de dezembro de 2032 representa uma rara oportunidade de estudar, em tempo real, a dinâmica de crateras ejetadas e os processos geológicos da Lua.

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(Imagem ilustração/Créditos:GilAlves)


Um novo capítulo se abre na trajetória do asteroide 2024 YR4: após ter sido descartada qualquer ameaça significativa de impacto contra a Terra, sua probabilidade de colidir com a Lua em 22 de dezembro de 2032 foi atualizada para 3,8% pelos cientistas do Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) da NASA.


Quando descoberto em 27 de dezembro de 2024 pelo sistema ATLAS, 2024 YR4 recebeu classificação 3 na escala de Torino, com pico de 3,1% de chance de atingir a Terra em 22 de dezembro de 2032, a maior probabilidade já registrada para um asteroide desse porte.


No entanto, observações adicionais de telescópios terrestres e do JWST reduziram essa chance a meros 0,0039%, efetivamente eliminando-o das listas de risco para o próximo século.


Em 26 de março de 2025, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) realizou observações infravermelhas de emergência, refinando o diâmetro de 2024 YR4 para 53–67 metros, equivalente a um edifício de 10 andares livesciencescience.nasa.


Esses dados térmicos complementaram as medidas ópticas terrestres, reduzindo a incerteza e permitindo cálculos mais precisos de sua trajetória.


Com base nessas medições aprimoradas, a equipe do CNEOS atualizou a probabilidade de um impacto lunar para 3,8%, mantendo 96,2% de chance de desvio science.nasaas.


A análise indica que, em 22 de dezembro de 2032, 2024 YR4 poderá passar nominalmente a cerca de 3 090 km do centro lunar, com faixa de incerteza que abrange até 1 013 km, o que torna possível um impacto em solo lunar.


Efeitos Potenciais do Impacto.


Em caso de colisão, o impacto liberaria energia estimada em 5,2 megatoneladas de TNT e escavaria uma cratera de até 2 000 metros de diâmetro em regiões como Mare Humorum e Mare Nubium; além disso, detritos poderiam ser ejetados, ameaçando satélites em órbita lunar e operações futuras na superfície.


Consequências para a Terra.


Segundo a NASA, mesmo no cenário de impacto, a órbita lunar permaneceria inalterada e não haveria efeitos diretos para a Terra, embora o evento representasse uma oportunidade única para estudos científicos em tempo real da formação de crateras.


O alerta inicial foi emitido pelo ATLAS (Asteroid Terrestrial‑impact Last Alert System), gerenciado pelo Observatório Astronômico do Havaí e financiado pela NASA, que opera quatro telescópios com campo de visão de 5,4°×5,4° e sensibilidade até magnitude 19, varrendo o céu noturno completo em menos de 24 horas e oferecendo aviso de até três semanas para objetos de 120 m de diâmetro blogs.nasa.


A partir das órbitas calculadas, o sistema Sentry, do JPL, avalia riscos e classifica asteroides na escala de Torino, que varia de 0 (sem risco) a 10 (impacto certo e catastrófico) e foi justamente nessa escala que 2024 YR4 atingiu o nível 3 antes de ser rebaixado a 0, refletindo a eficácia dos protocolos de monitoramento.

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(Imagem ilustração/Créditos:GilAlves)


Após meados de abril de 2025, 2024 YR4 ficará fraco demais para telescópios terrestres, mas o JWST está programado para nova campanha de observações entre abril e maio, o que deve reduzir ainda mais a incerteza de sua trajetória livesciencescience.nasa.


Além disso, o lançamento do NEO Surveyor, previsto para 2027, com seus detectores infravermelhos sensíveis a asteroides escuros, promete ampliar o catálogo de objetos potencialmente perigosos e reforçar as defesas planetárias.


O possível evento de dezembro de 2032 representa uma rara oportunidade de estudar, em tempo real, a dinâmica de crateras ejetadas e os processos geológicos da Lua.


Telescópios terrestres, redes de satélites e missões em órbita poderiam monitorar o clarão do impacto, estimado em várias ordens de magnitude acima do brilho lunar local, fornecendo dados para calibrar modelos de impacto e a resposta do regolito lunar.


Além disso, o acompanhamento de 2024 YR4 ilustra a cooperação entre agências e instituições como NASA, ESA e o International Asteroid Warning Network (IAWN), reforçando a importância de redes globais de alerta e protocolos unificados de defesa planetária.


Além disso, a missão DART da NASA, que em 26 de setembro de 2022 impactou o satélite Dimorphos, demonstrou com sucesso a viabilidade da deflexão cinética, reduzindo em 32 minutos o período orbital do corpo em torno de Didymos, o que valida estratégias de mitigação como tratores gravitacionais e ablação a laser para futuros cenários de desvio de asteroides.


Referência da matéria: Skyatnightmagazine





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