top of page

Makemake surpreende cientistas: planeta anão distante mostra sinais de atividade inesperada.

  • Foto do escritor: Infocusnews
    Infocusnews
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Descoberta do Telescópio Espacial James Webb revela metano em forma gasosa e sugere processos dinâmicos em um dos mundos mais frios do Sistema Solar


ree

(Planeta Makemake/Art Concept/Créditos: A.Parker)


Nos limites mais gelados do Sistema Solar, onde a escuridão prevalece e o Sol parece apenas uma estrela distante, cientistas acabam de encontrar algo surpreendente.


O planeta anão Makemake, localizado além da órbita de Plutão, revelou sinais claros de atividade inesperada, desafiando antigas concepções sobre sua natureza adormecida.


A descoberta foi feita a partir de observações do Telescópio Espacial James Webb (JWST), que detectou a presença de gás metano acima da superfície do planeta anão.


Essa revelação abre novas discussões sobre a possibilidade de processos atmosféricos ou até mesmo criovulcanismo, fenômeno em que gases e substâncias voláteis são expelidos do interior de corpos gelados.

ree

Um mundo gelado além de Plutão.


Makemake foi descoberto em 2005 e rapidamente chamou a atenção dos astrônomos por seu brilho e por ser um dos maiores objetos conhecidos no Cinturão de Kuiper.


Com cerca de 60% do tamanho de Plutão, o planeta anão possui temperaturas de superfície que chegam a -230 °C, condições que sugeriam um ambiente totalmente estático e congelado.


Até então, acreditava-se que Makemake fosse apenas mais um “fóssil gelado” do Sistema Solar externo, sem grandes sinais de atividade geológica ou atmosférica. Mas a nova descoberta muda esse panorama.


A surpreendente detecção de metano gasoso.


Os dados captados pelo James Webb mostraram que o metano não está presente apenas na forma sólida no gelo superficial, mas também em estado gasoso, pairando acima de Makemake.


Essa condição é extremamente rara em corpos tão distantes e frios.

A cientista Silvia Protopapa, principal autora do estudo, destacou a relevância da descoberta:

“O telescópio Webb revelou agora que o metano também está presente na fase gasosa acima da superfície, uma descoberta que torna Makemake ainda mais fascinante. Isso mostra que Makemake não é um remanescente inativo do Sistema Solar externo, mas um corpo dinâmico onde o gelo de metano ainda está evoluindo.”

Essa presença sugere que algo está “mexendo” com a superfície do planeta anão, liberando gases em quantidades detectáveis.

Atmosfera ou criovulcanismo?


O metano encontrado pode indicar dois cenários distintos:


  1. Atmosfera tênue – Makemake poderia abrigar uma atmosfera extremamente fina, cerca de 100 bilhões de vezes mais fraca que a pressão atmosférica da Terra.


  2. Criovulcanismo – Outra possibilidade é que os gases estejam sendo liberados em forma de plumas, semelhantes a erupções frias, como já observadas em luas como Encélado e Tritão.


Para o pesquisador Ian Wong, coautor do estudo, apenas observações futuras poderão esclarecer o enigma:

“Observações futuras do Webb em resolução espectral mais alta ajudarão a determinar se o metano surge de uma atmosfera fina ou da liberação de gases em forma de pluma.”

O impacto da descoberta.


Seja qual for a origem do metano gasoso, a descoberta muda a forma como a ciência enxerga os planetas anões do Cinturão de Kuiper. Makemake deixa de ser visto como um objeto inerte para se tornar um corpo ativo, em constante evolução.


Isso tem implicações diretas para os estudos da formação e evolução do Sistema Solar. A presença de gases voláteis em um ambiente tão extremo indica que processos dinâmicos ainda ocorrem mesmo a bilhões de quilômetros do Sol.


Além disso, Makemake passa a integrar a lista de mundos que podem oferecer pistas sobre a distribuição de moléculas orgânicas no espaço, importantes para compreender a origem da química que levou à vida.

ree

O futuro das pesquisas em Makemake.


O James Webb continuará sendo fundamental para desvendar os mistérios do planeta anão. Com suas próximas observações, os cientistas esperam:


Determinar se o metano detectado é estável ou resultado de eventos temporários.

Identificar se há outras moléculas gasosas associadas à atividade em Makemake.


Avaliar se a presença de metano gasoso pode estar ligada a variações sazonais ou processos internos do planeta anão.


A descoberta também levanta a possibilidade de missões futuras direcionadas especificamente a Makemake e a outros planetas anões do Cinturão de Kuiper.


Makemake, antes visto como um simples bloco de gelo perdido nos confins do Sistema Solar, revelou-se muito mais dinâmico e intrigante do que se pensava.


A presença de metano gasoso coloca este mundo gelado entre os corpos celestes mais enigmáticos já estudados.


Enquanto novas investigações avançam, uma coisa é certa: Makemake acaba de ganhar um papel de destaque na exploração científica dos mundos distantes que orbitam o Sol.


Fonte: space



ree

Comentários


bottom of page