Mistério subterrâneo: o vulcão Taftan desperta após 700 mil anos.
- Infocusnews

- 18 de out.
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Pesquisadores detectam movimento inesperado em um vulcão considerado extinto, levantando alertas sobre a atividade geológica no Irã.

(Imagem Ilustração-Vulcão-Créditos:ChatGPT)
Um fenômeno geológico raro chamou a atenção da comunidade científica internacional: o vulcão Taftan, localizado na fronteira do Irã com o Paquistão, está dando sinais claros de atividade depois de permanecer adormecido por cerca de 700 mil anos.
Essa descoberta surpreendente reacende debates sobre o que realmente significa um vulcão estar “extinto” e o quanto o planeta ainda pode nos surpreender com seus movimentos subterrâneos.
De acordo com um estudo publicado em 7 de outubro de 2025, o solo próximo ao cume do Taftan apresentou uma elevação de 8,9 centímetros ao longo de dez meses — um indício direto de acúmulo de pressão de gases e magma sob a superfície.
A análise foi conduzida por uma equipe internacional de geólogos que vinha monitorando a região desde 2020, quando nenhuma anomalia havia sido identificada.
Agora, no entanto, a situação mudou completamente, levando os cientistas a redobrarem a vigilância sobre esse colosso adormecido de quase 4 mil metros de altura.
A nova pesquisa sobre o mistério subterrâneo do vulcão Taftan, publicada em outubro, revelou que pequenas deformações no terreno começaram a ser registradas em imagens de satélite e medições por radar de alta precisão.
Embora não existam sinais imediatos de erupção, o fenômeno é suficiente para despertar preocupação entre especialistas, especialmente por se tratar de um vulcão considerado extinto há centenas de milhares de anos.
“Mistério subterrâneo: o vulcão Taftan desperta após 700 mil anos” reflete com precisão o espanto da comunidade científica. Essa redescoberta reforça a importância de um monitoramento geológico contínuo, já que a crosta terrestre é dinâmica e pode se reativar mesmo em regiões onde não se esperava mais nenhuma atividade.
Segundo o vulcanologista Pablo Gonzalez, principal autor do estudo, “o objetivo do trabalho não é causar pânico, mas chamar a atenção das autoridades para que recursos sejam destinados à análise contínua da área”.
Ele explica que o acúmulo de gases, aliado à pressão subterrânea, pode levar a pequenas liberações de energia, o que exige acompanhamento constante.
Gonzalez ressalta ainda que a detecção precoce de movimentações desse tipo pode prevenir tragédias e ajudar na compreensão dos ciclos naturais da Terra.
Vulcões extintos podem “voltar à vida”?
O caso do Taftan desafia uma das classificações mais tradicionais da geologia. Um vulcão é considerado extinto quando não apresenta erupções há mais de 11.700 anos, período que marca o início do Holoceno, a era geológica atual.
No entanto, o despertar do Taftan mostra que o conceito pode ser mais flexível do que se imaginava.
Para os especialistas, esse episódio serve como lembrete de que a Terra está viva e em constante transformação, e que mesmo estruturas geológicas antigas podem guardar energia acumulada por milhares de séculos.
O Irã, por sua vez, não é uma região conhecida por grandes erupções recentes, mas possui diversos pontos de atividade sísmica.
O vulcão Taftan é o mais alto do sudeste iraniano, com cerca de 3.995 metros de altitude, e domina uma paisagem árida próxima à fronteira com o Paquistão.
Sua estrutura vulcânica abriga diversas crateras antigas e fluxos de lava solidificados, indicando um passado de intensa atividade.
Os pesquisadores reforçam que o estudo não significa que uma erupção vulcânica iminente esteja prestes a acontecer.
No entanto, o simples fato de haver movimentação interna após 700 mil anos já é motivo suficiente para as autoridades locais instalarem sistemas de observação e detecção de gases.
Segundo Gonzalez, o monitoramento do Taftan deve servir como base para novos estudos sobre vulcões aparentemente inativos em outras partes do mundo, pois o caso iraniano demonstra que ainda há muito a ser compreendido sobre a dinâmica interna do planeta.
Embora a ideia de um vulcão despertar depois de centenas de milhares de anos possa parecer alarmante, o fenômeno também desperta fascínio.
Ele nos lembra de que a natureza continua ativa e imprevisível, e de que o planeta que habitamos ainda guarda mistérios que desafiam o conhecimento humano.
O renascimento do vulcão Taftan não é apenas um evento geológico, é um lembrete de que o tempo da Terra é diferente do nosso.
O que consideramos “extinto” pode, em escala geológica, estar apenas dormindo. E quando desperta, como agora, é uma oportunidade única de aprendizado para a ciência moderna.
Fontes:
Universidade de Massachusetts Amherst – Estudo publicado em outubro de 2025
Pesquisa liderada pelo vulcanologista Pablo Gonzalez




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