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Vida na Terra pode ter sido semeada por civilizações alienígenas, sugere cientista do Imperial College.

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    Infocusnews
  • 15 de set.
  • 4 min de leitura

A ciência reconhece que a origem da vida é uma das maiores incógnitas da humanidade.


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(Imagem Ilustração/Créditos:GilAlves)


E se a vida na Terra não tivesse surgido espontaneamente, como ensinam os modelos clássicos da biogênese, mas tivesse sido “plantada” por uma civilização alienígena avançada bilhões de anos atrás?


Essa é a hipótese instigante levantada por Robert Endres, pesquisador do Imperial College London, que reacendeu o debate sobre a origem da vida em nosso planeta e sobre a possibilidade de panspermia dirigida, a teoria de que organismos extraterrestres ou seus blocos fundamentais podem ter sido deliberadamente introduzidos aqui.


Segundo Endres, os blocos de construção da vida, como aminoácidos, proteínas e o DNA, são tão complexos que é improvável que tenham surgido de forma totalmente natural e em um intervalo de tempo relativamente curto.


Considerando que a Terra se formou há cerca de 4,5 bilhões de anos e as primeiras formas de vida microbiana surgiram possivelmente já por volta de 4,2 bilhões de anos atrás. Essa rapidez, de acordo com ele, poderia indicar uma “ajuda externa”.


“Um estudo recente, disponibilizado no servidor de pré-impressão ArXiv e ainda em processo de revisão por pares, utilizou modelos matemáticos e simulações computacionais para calcular a quantidade de ‘informação’ que teria sido necessária para que as primeiras células surgissem na Terra.”



A hipótese da semeadura cósmica


O pesquisador destaca que, assim como hoje os cientistas discutem seriamente em periódicos científicos a possibilidade de terraformar Marte ou Vênus, nada impede que civilizações alienígenas mais avançadas tenham feito algo parecido no passado, semeando mundos jovens e promissores com microrganismos capazes de prosperar.


“Se civilizações avançadas existem, não é implausível que tentem intervenções semelhantes – seja por curiosidade, necessidade ou planejamento de longo prazo”, afirmou Endres.


Nesse contexto, a Terra teria recebido um “kit inicial” de vida microbiana, capaz de se adaptar às condições ainda instáveis de nosso planeta primitivo, dando origem a toda a biodiversidade que conhecemos hoje.


O dilema da origem universal


Contudo, a hipótese não elimina a pergunta fundamental: de onde veio a primeira vida no universo? 


Se a vida na Terra foi semeada por alienígenas, surge imediatamente o questionamento sobre como esses seres, por sua vez, surgiram.


Isso significa que a teoria, embora plausível em termos lógicos, apenas transfere a origem da vida para outro ponto do cosmos.


Por essa razão, alguns cientistas comparam esse raciocínio à visão criacionista: “Deus fez isso”. Em ambos os casos, a resposta desloca o problema em vez de resolvê-lo. Afinal, se uma inteligência superior criou ou trouxe a vida, quem criou essa inteligência?


Meteoritos, cometas e a panspermia natural


Outra vertente científica relacionada é a panspermia natural, segundo a qual os blocos fundamentais da vida, como aminoácidos ou moléculas orgânicas, poderiam ter chegado à Terra por meio de meteoritos, asteroides ou cometas.


Esses corpos celestes, viajando pelo espaço por bilhões de anos, teriam funcionado como cápsulas naturais carregando material biológico ou pré-biótico.


Essa hipótese é sustentada por descobertas recentes que identificaram moléculas orgânicas complexas em cometas e até em nuvens interestelares.


Estudos em meteoritos encontrados na Terra também revelaram a presença de aminoácidos, reforçando a possibilidade de que a química necessária para a vida possa ser comum no universo.


A questão permanece em aberto


Apesar de todas essas teorias fascinantes, a realidade é que ainda estamos longe de uma resposta definitiva. A ciência reconhece que a origem da vida é uma das maiores incógnitas da humanidade.


Pesquisadores seguem testando modelos laboratoriais que tentam recriar as condições da Terra primitiva, como a famosa experiência de Miller-Urey, que demonstrou a formação de aminoácidos a partir de reações químicas simples.


No entanto, reproduzir a transição entre química orgânica e biologia — ou seja, explicar como moléculas inanimadas passaram a se auto-replicar, continua sendo um desafio gigantesco.


Até que tenhamos mais evidências, a hipótese de que fomos semeados por alienígenas permanecerá como uma especulação instigante, mas não comprovada.


Implicações filosóficas e científicas


A ideia de que a vida possa ter sido semeada por seres extraterrestres toca em questões que vão além da ciência. Ela mexe com filosofia, religião e até mesmo ética, pois nos obriga a refletir sobre nosso lugar no universo.


Se um dia for confirmado que a vida na Terra teve origem fora dela, a humanidade terá de redefinir sua própria história. E, mais ainda: seríamos, nesse caso, descendentes diretos de uma civilização cósmica que nos deixou como legado a faísca inicial da existência.


Enquanto isso, seguimos em busca de vida em outros planetas e luas do Sistema Solar, como Marte, Europa e Encélado.


Se encontrarmos microrganismos lá, teremos pistas importantes: eles seriam independentes ou compartilhariam algum tipo de parentesco com a biologia terrestre?


Essa resposta pode ser a chave para entender se a vida é um fenômeno comum ou raro no cosmos.


A hipótese de Robert Endres mantém vivo um dos maiores mistérios da ciência: somos resultado de processos naturais exclusivos da Terra ou parte de um projeto maior vindo das estrelas? 


Até que possamos comprovar, continuaremos explorando tanto os céus quanto as profundezas microscópicas da biologia em busca da verdade.


Fonte: Dailymail

Estudo recente, disponibilizado no servidor de pré-impressão ArXiv e ainda em processo de revisão por pares.



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