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A inteligência artificial do Google que pode nos ajudar a “conversar” com golfinhos!

  • Foto do escritor: Infocusnews
    Infocusnews
  • 16 de abr.
  • 3 min de leitura

O DolphinGemma foi otimizado para rodar em Google Pixel 6 e já está sendo testado em protótipos com Pixel 9.

(Imagem Ilustração/Créditos:GilAlves)


A ideia de falar com golfinhos sempre pareceu algo saído de um conto de ficção científica. No entanto, com os avanços recentes da inteligência artificial, essa possibilidade está mais próxima da realidade do que nunca.


O Google, em parceria com o Wild Dolphin Project (WDP), está desenvolvendo um novo modelo de IA chamado DolphinGemma, projetado para entender e, eventualmente, traduzir os sons emitidos por golfinhos em interações compreensíveis para humanos.


Essa iniciativa, além de representar uma revolução na tecnologia de comunicação, também marca um avanço significativo na ciência marinha, permitindo que pesquisadores explorem a linguagem de uma das espécies mais inteligentes do reino animal.


O que é o DolphinGemma e como funciona.


O DolphinGemma é um modelo de linguagem de áudio treinado para analisar sons não humanos, como os assobios, cliques e estalidos produzidos por golfinhos-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus).


O modelo é baseado na arquitetura Gemma, uma família de IAs do Google projetada para ser leve e eficiente, mesmo em dispositivos com menor capacidade de processamento.


Para “entender” os golfinhos, o DolphinGemma utiliza uma ferramenta chamada SoundStream Tokenizer, que converte os sons brutos em unidades reconhecíveis pela IA.


A partir disso, o modelo é capaz de identificar padrões, prever a sequência de sons e agrupar vocalizações semelhantes, o que ajuda a interpretar possíveis significados ou associações comportamentais.


Uma IA que cabe no bolso.


Uma das maiores inovações do projeto é a capacidade de rodar o DolphinGemma em smartphones. A equipe do Google conseguiu implantar o modelo em dispositivos como o Pixel 6 e está testando seu desempenho em protótipos do Pixel 9.


Isso significa que pesquisadores podem usar a IA diretamente em campo, com menor custo e sem a necessidade de servidores poderosos ou equipamentos de laboratório, facilitando a pesquisa em habitats naturais dos golfinhos.


Além disso, esse tipo de IA embarcada pode ser crucial para monitoramento em tempo real, coleta de dados contínua e resposta imediata a interações com os animais marinhos.


O Projeto CHAT: um passo além na comunicação com cetáceos.


O DolphinGemma está sendo desenvolvido paralelamente ao Projeto CHAT (Cetacean Hearing Augmentation Telemetry), uma colaboração entre o Wild Dolphin Project e o Instituto de Tecnologia da Geórgia (Georgia Tech).


Enquanto o DolphinGemma tenta decifrar os sons, o CHAT permite que humanos respondam aos golfinhos por meio de sons sintéticos específicos.


Nesse sistema, os pesquisadores criam sons codificados para objetos ou ações, e os golfinhos, ao reconhecerem e imitarem esses sons, demonstram compreensão.


Isso já foi testado com sucesso em situações simples, como solicitar brinquedos subaquáticos, e é um passo fundamental para um dia estabelecermos um diálogo bidirecional com essas criaturas.


Assista o vídeo no canal Google no YouTube:


Potencial para descobertas científicas e conservação marinha.


Se o DolphinGemma for capaz de identificar padrões linguísticos nos sons dos golfinhos, cientistas poderão responder a perguntas fundamentais, como:


  • Os golfinhos possuem uma linguagem estruturada, com algo parecido com palavras e frases?

  • Eles compartilham “dialetos” específicos entre diferentes grupos?

  • Suas vocalizações carregam informações sobre emoções, localização de alimentos ou estratégias sociais?


Além disso, entender melhor os golfinhos pode ter aplicações práticas na conservação marinha. A comunicação mais eficaz com esses animais pode ajudar a protegê-los de ameaças como pesca acidental, poluição sonora e mudanças climáticas.


Abertura para a comunidade científica.


O Google anunciou que o DolphinGemma será disponibilizado como modelo de código aberto no verão de 2025. Isso permitirá que universidades, ONGs, biólogos e pesquisadores de todo o mundo adaptem e treinem a IA com seus próprios dados.


A personalização do modelo em diferentes regiões e espécies de cetáceos pode acelerar as descobertas sobre a linguagem e comportamento desses animais.


Um novo capítulo na comunicação entre espécies.


Embora ainda estejamos nos estágios iniciais, o desenvolvimento do DolphinGemma marca o início de uma nova era. Estamos prestes a cruzar a fronteira da comunicação entre espécies, o que pode transformar não apenas a ciência, mas também nossa compreensão sobre inteligência, empatia e conexão com o mundo natural.


Com o poder da IA, o que antes era imaginado em filmes e livros de ficção agora ganha contornos reais. Em breve, o som de um golfinho poderá não ser apenas um eco no oceano, mas uma mensagem esperando para ser compreendida.


Referência da matéria: arstechnica

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