Nova evidência de água líquida em Marte reacende esperança por ''vida extraterrestre''.
- Infocusnews
- 13 de abr.
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A hipótese mais plausível, segundo o estudo, é a presença de reservatórios de água líquida subterrânea.

(Imagem ilustrativa/Planeta Marte)
Uma recente descoberta científica pode redefinir os rumos da exploração espacial e reacender a esperança de que Marte abrigue vida em seu subsolo.
Um estudo conduzido pelos pesquisadores Ikuo Katayama e Yuya Akamatsu, da Universidade de Hiroshima, no Japão, trouxe à tona dados inéditos da missão InSight, da NASA, indicando a possível existência de água líquida entre 10 e 20 quilômetros abaixo da superfície marciana.
Esses dados foram publicados em abril deste ano de 2025 na prestigiada revista Nature Communications, e têm causado grande repercussão na comunidade científica internacional.
Segundo os autores, as anomalias detectadas nas ondas sísmicas registradas pela sonda InSight não podem ser explicadas apenas por mudanças na porosidade das rochas ou variações na composição química do subsolo, como se acreditava anteriormente.
A hipótese mais plausível, segundo o estudo, é a presença de reservatórios de água líquida subterrânea.
O que a sonda InSight revelou?
Lançada em 2018, a sonda InSight é um módulo fixo da NASA projetado especificamente para estudar o interior de Marte. Por meio de seu sismômetro ultra-sensível, chamado SEIS, a missão tem coletado dados sobre terremotos marcianos, conhecidos como "marsquakes" além de informações sobre a estrutura interna do planeta.
Nos últimos anos, a InSight detectou centenas de tremores. Mas foi na análise profunda de certos sinais, vindos de até 20 km abaixo da superfície, que os cientistas japoneses identificaram velocidades anômalas de propagação das ondas sísmicas, típicas de ambientes com fluido presente.
Esses sinais se destacam justamente por ocorrerem numa faixa de profundidade onde, até então, acreditava-se ser impossível encontrar água líquida, devido às baixas temperaturas.
No entanto, os pesquisadores apontam que a combinação de pressão elevada e salinidade pode permitir que a água permaneça líquida mesmo em condições extremamente frias, formando um ambiente semelhante ao que existe sob a crosta de luas como Europa e Encélado.
Água líquida: A base para a vida como conhecemos.
A importância dessa descoberta vai muito além da geologia. Na Terra, onde quer que haja água líquida, mesmo nas regiões mais inóspitas, como desertos de gelo ou cavernas vulcânicas, há vida.
Essa relação direta entre água e organismos vivos fundamenta a busca por sinais de vida em outros planetas.
Portanto, a identificação de possíveis aquíferos em Marte fortalece a ideia de que microrganismos extremófilos possam sobreviver escondidos no subsolo marciano, longe da radiação solar intensa e das temperaturas congelantes da superfície.
Segundo Katayama, “se houver vida em Marte, é nesse ambiente protegido e subterrâneo que ela poderá estar”. Essa perspectiva transforma o subsolo marciano em um dos alvos mais promissores da astrobiologia moderna.
Desafios para o futuro: como acessar essa água?
Apesar do entusiasmo, há grandes obstáculos para validar essa descoberta de forma direta. Atualmente, nenhuma missão robótica possui capacidade tecnológica para perfurar até 20 quilômetros abaixo da superfície marciana, uma tarefa extremamente complexa, mesmo em condições terrestres.
Ainda assim, essa revelação pode influenciar significativamente o planejamento de futuras missões da NASA, da ESA (Agência Espacial Europeia) e até mesmo de iniciativas privadas como a SpaceX. A exploração de possíveis reservatórios subterrâneos poderá se tornar prioridade na próxima década.
Além disso, há planos ambiciosos para desenvolver sondas e robôs mais potentes, com perfuradores avançados, capazes de acessar regiões profundas do subsolo de Marte e coletar amostras diretamente desses possíveis depósitos de água.
Implicações para a colonização de Marte.
A descoberta de água líquida em Marte também reforça a viabilidade de colonização humana no futuro.
A existência de fontes subterrâneas poderia ser crucial para o abastecimento de colônias marcianas, reduzindo a dependência do transporte de recursos da Terra. Além disso, pode ser a chave para a produção de oxigênio e combustível diretamente no planeta, tornando as missões muito mais sustentáveis.
O estudo liderado por Katayama e Akamatsu representa um dos avanços mais empolgantes na pesquisa sobre Marte nos últimos anos.
A possível presença de água líquida no subsolo marciano não apenas amplia as chances de vida extraterrestre, como também aponta novos caminhos para a ciência, a tecnologia e o futuro da humanidade no espaço.
À medida que a exploração de Marte avança, essas descobertas reforçam um antigo sonho da humanidade: não estamos sozinhos no universo, e talvez, nunca estivemos.
Referência da matéria: DailyGalaxy
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