NASA descarta hipótese alienígena sobre o cometa interestelar 3I/Atlas e reforça sua origem natural.
- Infocusnews
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De acordo com os cientistas da agência, todos os dados coletados até agora apontam fortemente para a natureza cometária e natural do 3I/Atlas.

(Imagem Reprodução/Créditos:NASA, ESA,David Jewitt (UCLA):Image Processing:Joseph DePasquale (STScI))
Nas últimas semanas, o cometa interestelar 3I/Atlas esteve no centro de uma polêmica que dividiu opiniões entre astrônomos e entusiastas de mistérios cósmicos.
A discussão ganhou força quando o renomado astrofísico de Harvard, Avi Loeb, levantou a hipótese de que o objeto poderia não ser apenas um fragmento natural vindo das profundezas do espaço, mas sim uma sonda artificial enviada por uma civilização extraterrestre para explorar o Sistema Solar.
A especulação rapidamente repercutiu em fóruns de astronomia, grupos de ufologia e até em grandes veículos de comunicação, reacendendo a eterna curiosidade humana sobre a possibilidade de contato com inteligências de fora da Terra.
No entanto, após semanas de estudos, a NASA se posicionou oficialmente para minimizar qualquer ligação do objeto com tecnologia alienígena, reforçando que o 3I/Atlas apresenta todas as características de um cometa natural.
A hipótese ousada de Avi Loeb
Avi Loeb, já conhecido por suas análises polêmicas envolvendo o enigmático ʻOumuamua, o primeiro objeto interestelar detectado em 2017, voltou a atrair holofotes com o 3I/Atlas.
Para ele, há alguns aspectos intrigantes no corpo celeste que merecem atenção.
Entre os argumentos apresentados pelo cientista estão:
Trajetória direta incomum, sugerindo que o objeto não vagaria aleatoriamente pelo espaço.
Brilho anômalo, que em certos momentos parece se comportar como se o corpo estivesse emitindo luz própria.
Possível ausência de cauda cometária, característica normalmente associada a cometas quando se aproximam do Sol.
Em artigo, Loeb foi categórico:
“Se dados futuros indicarem a ausência de uma cauda cometária, seremos confrontados com a tentadora possibilidade de que este objeto não tenha herdado uma velocidade aleatória no espaço interestelar, mas sim tenha sido enviado em direção ao sistema solar interno intencionalmente.”
Ele ainda destacou que, caso sua hipótese se confirmasse, as consequências para a humanidade poderiam ser enormes, chegando até mesmo a demandar estratégias de defesa planetária.
A análise da NASA: “É apenas um cometa”
Apesar do impacto das declarações de Loeb, a NASA adotou uma postura mais cautelosa e realista. De acordo com os cientistas da agência, todos os dados coletados até agora apontam fortemente para a natureza cometária e natural do 3I/Atlas.
Tom Statler, cientista da agência espacial norte-americana, foi enfático:
“Parece um cometa. Ele faz coisas de cometa. Ele se assemelha muito, muito fortemente, em quase todos os aspectos, aos cometas que conhecemos. Ele tem algumas propriedades interessantes que são um pouco diferentes dos cometas do nosso sistema solar, mas se comporta como um cometa. Portanto, as evidências apontam esmagadoramente para este objeto ser um corpo natural.”
Segundo as medições oficiais, o objeto pode ter até 5,6 km de largura e se desloca a impressionantes 209.000 km/h. Essas dimensões o tornam comparável a cometas de médio porte já observados dentro do Sistema Solar.
Fenômenos de brilho e comportamento imprevisível
Uma das maiores curiosidades sobre o 3I/Atlas é a variação de brilho registrada em determinados momentos. Para alguns, isso seria indício de algo artificial. Porém, a NASA lembra que esse comportamento é comum em cometas.
Statler explicou que os cometas são compostos por misturas de gelo e poeira. Ao se aproximarem do Sol, o calor provoca a sublimação do gelo, liberando gases e partículas no espaço. Esse processo pode ocorrer de forma irregular, criando surtos de luminosidade repentinos.
“Mesmo em nosso sistema solar, os cometas podem ter um histórico de brilho repentino se houver, digamos, uma bolsa específica de gelo que sublima rapidamente e expele uma grande quantidade de poeira”, esclareceu o pesquisador.
Ou seja, longe de ser uma evidência de tecnologia alienígena, o brilho variável do 3I/Atlas pode simplesmente refletir os processos físicos e químicos típicos desse tipo de corpo celeste.
Por que o 3I/Atlas intriga tanto?
Apesar das explicações científicas, é natural que objetos interestelares despertem fascínio. O 3I/Atlas é apenas o terceiro objeto interestelar confirmado a visitar nosso sistema, após o já citado ʻOumuamua e o cometa 2I/Borisov.
Cada um deles trouxe novos enigmas e informações valiosas para a astronomia. O fato de atravessarem nosso espaço a velocidades extremas, vindos de regiões ainda desconhecidas da galáxia, inevitavelmente alimenta especulações e teorias alternativas.
Entretanto, até o momento, todas as evidências científicas permanecem firmes em uma mesma conclusão: o 3I/Atlas é um visitante natural, não uma nave alienígena.
O mistério continua...
Embora a NASA descarte a hipótese extraterrestre, o 3I/Atlas seguirá sendo monitorado por telescópios e observatórios ao redor do mundo.
Afinal, estudar visitantes interestelares é uma oportunidade rara que pode ampliar nossa compreensão sobre a formação de sistemas planetários em outras partes da galáxia.
O debate entre ciência e especulação, no entanto, dificilmente cessará. Como bem demonstra a trajetória de Loeb, o fascínio humano pelo desconhecido sempre encontrará espaço para questionar as respostas mais óbvias.
Fonte: Theguardian
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